II Seminário Internacional sobre Microterritorialidades nas cidades
Local: UNESP- Presidente Prudente
Data: de 12 à 14 de novembro de 2012
O evento que se apresenta é decorrência de uma ampla e plural trajetória de encontros, discussões e articulações de um grupo de pesquisadores de diversas disciplinas e universidades brasileiras. Há algum tempo, este coletivo vem se colocando questões sobre os mais diversos grupos sociais urbanos, enquanto sujeitos portadores de territorialidades próprias na cidade, que negociam, disputam, apropriam-se de parcelas do espaço urbano, a partir de suas identificações e múltiplas trajetórias espaço temporais. Trata-se de grupos juvenis, de mulheres, homossexuais, travestis, negros, dentre tantas outras minorias, no mais das vezes, invisibilidades nas dinâmicas da cidade oficial, mas que subterraneamente também produzem a cidade, nas suas dimensões material e imaterial.
O debate sobre as Microterritorialidades nas Cidades nos remete, assim, a consideração da espacialidade desses diversos grupos sociais e suas coexistências no espaço urbano, na maior parte das vezes carregadas de tensões. A partir da perspectiva do conceito de território, a dimensão política é colocada no centro das reflexões, dando o tom dos debates.
À complexidade da cidade e da produção do espaço urbano, soma-se, portanto, a complexidade própria da constituição histórica e geográfica desses grupos, na sua relação com as estruturas sociais, culturais e políticas dominantes. Trata-se de trajetórias que articulam, num mesmo movimento, as culturas tradicionais e os elementos derivados da transnacionalização do capital e dos mecanismos de comunicação, a dinâmica da globalização e a força do lugar, em poucas palavras, o local e o global.
O espaço urbano, levando em conta essa realidade, apresenta-se, por um lado, formado por uma materialidade e um conjunto de práticas sociais que se repetem na reprodução das condições funcionais do modo de produção capitalista e dos procedimentos cotidianos definidos por ele. Por outro lado, ele também apresenta diversas realidades de convivência de pequenos grupos de interesse que se segregam, se evitam, se aproximam, alterando a funcionalidade das práticas sociais, as próprias condições materiais dos lugares e os códigos de identificação e representação de si mesmos e dos outros, com os quais co-habitam a cidade.
Source: LABES - Laboratório do Espaço Social