Projetos do Prof. Dr. Eguimar Felício Chaveiro

OS FILHOS DA METRÓPOLE

Doutoranda: Angelita Pereira de Lima

                     A pesquisa parte dos pressupostos que há uma subjetividade resultante da metropolização de Goiânia e da modernização do capital no estado de Goiás que marca a transição da sociedade hegemonicamente agrária para o urbano. Essa subjetividade cindida, desestabilizada, desterritorializada, desassossegada e guiada pelo fetiche é retratada em dois livros A Centopéia de Néon (1990) e Cordeiros do Abismo (2004), de dois escritores goianos: Edival Lourenço e Maria Luiza Ribeiro, respectivamente. Apresenta as seguintes teses: as alterações espaciais em decorrência da modernização do capital e das novas relações de trabalho, de consumo e de produção da existência alteram também os sujeitos e as subjetividades. Antes que a Ciência cristalize o conhecimento sobre quaisquer dessas mudanças, a literatura, livre da metodologia científica e das pré-teses, tem a possibilidade captar e até antecipar tais alterações e, ao mesmo tempo, sofrer influência profunda dessas mudanças. A literatura goiana não se restringe mais ao camponês, ao caipira como representações culturais hegemônicas. Esses sujeitos, agora, estão sob os auspícios da densidade das redes, das tecnologias, das territorialidades fluidas, de paisagens replicadas, da voracidade dos tratores e da ternura do efêmero. Porque mora na Geografia e se alimenta de desejos e engendra as palavras e a vida de sentidos, essa literatura arrisca revelar a subjetividade dos filhos da metrópole nascida da tensão entre a tradição rural secular e a ocupação dos Cerrados.

 Diagnóstico da oferta turística municipal: um instrumento

de apoio ao planejamento turístico em Moçambique.

 

Doutorando: Helsio Amiro Motany de Albuquerque Azevedo.

 

Moçambique é um dos países em vias de desenvolvimento que possui um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo podendo agregar esta atividade como fator de combate a pobreza que se verifica em várias áreas do país. A possibilidade de combinação de turismo de praia tropical ao longo da costa com o ecoturismo; a diversidade de fauna e flora, a história e o mosaico cultural oferecem bases potenciais para este país tornar-se um destino de sucesso a nível regional e internacional. Apesar de todo potencial que o país possui ainda são grandes as limitações que se verificam no sector do turismo, isto é, há falta de conhecimento integral e documentado da oferta turística existente. Varias regiões do país continuam sem informações do seu potencial e oferta turística existente, fato que impossibilita o planejamento adequado, investimentos no sector e chegadas de visitantes.

Assim, é pretensão do presente estudo propor um modelo de diagnóstico da oferta turística para viabilizar correto planejamento turístico municipal em Moçambique, de modo a obterem-se bases que possibilitem o correto planejamento turístico do município. Para materialização dos objetivos do estudo, metodologicamente, serão realizados encontros técnicos; pesquisa bibliográfica, documental e na internet; o trabalho de campo e registro de informações.

Com a criação e aplicação deste instrumento numa realidade especifica no caso o Município de Inhambane (MI), espera-se que o mesmo possa fornecer informações que poderão ajudar os gestores municipais de modo geral e turísticos especificamente a desenvolver planos de ação eficazes por meio de indicadores reais, isto é, através do estudo de diagnóstico da oferta turística poderá se elaborar e implantar o plano turístico no MI, favorecendo um desenvolvimento sustentável da atividade.

   

Palavras-Chave: planejamento turístico, diagnóstico turístico, turismo, desenvolvimento local, Inhambane, Moçambique.

 

A VIAGEM COMO EXPERIÊNCIA GEOGRÁFICA: AS IMAGENS DOS MIGRANTES GOIANIENSES QUE VIVEM EM SAN FRANCISCO – CALIFÓRNIA – EUA.

Doutorando: Pablo Sebastian Moreira Fernandez

 

Esta pesquisa elege como tema, a viagem enquanto expediente na construção de saberes espaciais e como um tipo experiência geográfica de conhecimento do mundo. E visa compreender as trajetórias e terrritorialidades dos migrantes originários da cidade de Goiânia – GO – Brasil que vivem hoje na cidade de San Francisco – Califórnia – EUA. Partindo assim de suas experiências e imagens construídas no processo migratório e de estabelecimento e fixação, propondo uma pesquisa qualitativa e possibilidade de vivência como um dos caminhos investigativos. Elegemos este grupo, considerando à sua marcante presença nos EUA, os impactos sócio-culturais no lugar de origem e ao seu considerável aumento nas últimas décadas, considerando este fenômeno a partir das marcas que são impressas na paisagem desta cidade californiana. Optamos ainda por um estudo de “imagens goianienses – san franciscanas” como forma de acessar e dar sentido para estas experiências, como a da viagem, do trabalho, das redes de solidariedade, da língua e da alteridade, presentes nas falas, cartas e lembranças de familiares, nas redes de comunicação e informação como televisão, rádios, internet, a partir das narrativas e falas, trajetórias e práticas socioespaciais dos migrados.

 

Palavras-chave: Migração Internacional, Imagem, Experiência, Goianienses, San Francisco.

  A APROPRIAÇÃO DAS PAISAGENS CERRADEIRAS POR VEÍCULOS GOIANOS DE COMUNICAÇÃO IMPRESSA

 

Doutoranda: Rosana Maria Ribeiro Borges

O estudo proposto objetiva debater a apropriação paisagística do Cerrado por veículos goianos de comunicação impressa. Especificamente, pretende-se fazer um estudo comparativo entre as paisagens cerradeiras formadas pela Revista “A Informação Goyana” (1917-1935) e pelo Jornal “O Popular” (1938-). Tem-se como hipótese que as instituições midiáticas interferem – e também são historicamente responsáveis – pelos processos de ocupação do Cerrado, bem como pela apropriação das suas paisagens. O método de pesquisa e de exposição dos dados será o materialismo-histórico-dialético.

 

 

A Fazenda Goiana: matriz espacial do território e do mundo sertanejo de Goiás

 Doutorando: Júlio César Pereira Borges

 Alguns estudiosos afirmam que os estudos feitos sobre Goiás, pela via da Geografia, não se aprofunda na análise da sua matriz socioespacial. É nessa orientação, que se propõe este estudo, tomando como foco “a fazenda goiana como matriz espacial do Território e do mundo sertanejo de Goiás”. É possível compreender, por Fazenda Goiana, a organização espacial, que particulariza a estrutura socioeconômica de Goiás entre o final do século XVIII e início do XX. Essa organização consiste num ordenamento estrutural, marcado pela auto-sustentabilidade e diversidade produtiva, pelo patriarcalismo, pelo tempo lento, pela troca simples, pelo coronelismo, pelo cristianismo, pelo latifúndio, pela subordinação dos núcleos urbanos ao rural, dentre outros. Sobre a periodização na qual a Fazenda Goiana emergiu como realidade socioespacial matricial deve-se recorrer às conjunturas política e socioeconômica que interligavam Goiás e Brasil na época. No final do século XVIII ocorre à crise da mineração e a Fazenda, passa a ter papel principal na economia de Goiás; o que se arrasta até o inicio do século XX, quando inicia o projeto modernizador do território brasileiro.  A evolução e organização espacial da Fazenda Goiana, durante este período, ao sintetizar os vários elementos e atores inseridos nessa processualidade e o modo como os mesmos estão presentes na existência do sertanejo goiano, pode descortinar os fundamentos da cultura goiana, bem como do mundo sertanejo. Goiás é então, a escala de espacialização da ação política, econômica e social, portanto cultural, o qual se propõe analisar. Nesse sentido, a Fazenda Goiana revela uma complexidade que superpõem às teses que afirmam que a pecuária e a agricultura é a essência da civilização caipira e do mundo sertanejo. Concorda-se que a agricultura e a pecuária, sem dúvida era a atividade que ligava Goiás ao sudeste do país, interligava os lugares do sertão brasileiro, por intermédio das andanças das tropas e boiadas e tem um grande peso na identidade goiana. No entanto, havia toda uma estruturação interna e fixa, a qual estas atividades eram inseridas. Afirma-se então, que a roça e a pecuária é parte da estrutura da fazenda goiana e não o contrário. Entender a Fazenda Goiana como matriz do território e do mundo sertanejo, exige a análise de uma gama de questões. É preciso compreender, por exemplo, as ações políticas e econômicas, ou seja, os elementos externos que influenciaram a dinâmica territorial do Goiás da época, assim como, os elementos internos que a particularizava.